domingo, 29 de maio de 2011

Recordar é viver!

"Existe melhor exercício para reviver o passado que a apreciação solitária de nossas próprias fotografias?
A experiência visual do homem quando diante da imagem de si mesmo retratado por ocasião das mais corriqueiras e importantes situações de seu passado, leva à reflexão do significado da fotografia na vida das pessoas.
Quando o homem vê a si mesmo através dos velhos retratos nos álbuns, ele se emociona, pois percebe que o tempo passou e a noção de passado se lhe torna de fato concreta. Pelas fotos dos álbuns de família, constata-se a ação inexorável do tempo e as marcas por ele deixadas, [...].
Estamos envolvidos afetivamente com os conteúdos dessas imagens; elas nos dizem respeito e nos mostram como éramos, como eram nossos familiares e amigos. Essas imagens nos levam ao passado numa fração de segundo; nossa imaginação reconstrói a trama dos acontecimentos dos quais fomos personagens em sucessivas épocas e lugares. Através das fotografias reconstituímos nossas trajetórias ao longo da vida: o batismo, a primeira comunhão, os pais e irmãos, os vizinhos, os amores e os olhares, as reuniões e realizações, as sucessivas paisagens, os filhos, os novos amigos, a cada páginas novos personagens aparecem, enquanto outros desaparecem das páginas do álbum e da vida. Dificilmente nos desligaremos emocionalmente dessas imagens. [...] São estes fragmentos interrompidos da vida, que por vezes revemos, uma insuperável, por vezes constrangedora fonte de recordação e emoção. São os documentos fotográficos também um insubstituível meio de informação..." (KOSSOY, Boris. Fotografia e História. Editora Àtica, São Paulo, 1989).

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